Distanciamento da arborização em relação aos elementos existentes nas vias públicas:
O plantio nas calçadas e demais espaços viários deve levar em consideração os limites mínimos entre as dimensões das espécies escolhidas quando adultas e a localização de construção de demais mobiliários urbanos, a fim de garantir espaço para a mobilidade urbana. O quadro a seguir apresenta algumas especificações sobre o assunto:
Condições de calçada e indicação de plantio:
Em passeios com largura inferior a 1,50 m e sem recuo predial é proibido o plantio de árvores, pois o espaço livre mínimo para o trânsito de pedestres em passeios públicos deverá ser de 1,50 m. Nestes casos a alternativa é priorizar a arborização de praças já existentes ou criação de novas praças e incentivar a população a realizar plantios em quintais e áreas urbanas públicas ou privadas que necessitem ser recuperadas. O quadro a seguir apresenta diferentes situações de passeios e indicações de plantio:
Tamanho das mudas:
Deverão ser preferencialmente utilizadas mudas com fuste único, altura mínima da primeira bifurcação de 1,80 m a 2,0 m, aspecto sadio e vigoroso e sem raízes defeituosas.
Coveamento e preparo do solo:
As covas deverão ter no mínimo as dimensões de 0,60 m x 0,60 m x 0,60 m (comprimento, largura e profundidade, respectivamente), devendo-se aumentar essas dimensões quanto piores forem as condições físicas ou químicas do solo. O solo de preenchimento da cova deve estar livre de entulhos e lixo, com constituição, porosidade, estrutura e permeabilidade adequadas ao bom desenvolvimento da muda, utilizando composto orgânico e adubação química. Em volta das árvores plantadas deverá ser adotada uma área permeável (área livre), seja na forma de canteiro, faixa ou piso drenante, que permita a infiltração de água e aeração do solo. As dimensões para estas áreas não impermeabilizadas, sempre que as características dos passeios ou canteiros centrais o permitirem, deverão ser de no mínimo 1m2 para árvores de pequeno porte, 2m2 para árvores de médio porte e de 3m2 para árvores de grande porte. As árvores devem estar localizadas na faixa de serviço da calçada para não atrapalhar a faixa livre em que os pedestres circulam. O Guia de Calçadas (Decreto 11.090 de 13/01/2010) estabelece as recomendações para a faixa livre pavimentada e a área permeável das calçadas.
Plantio:
A muda deverá ser retirada da embalagem com cuidado e apenas no momento do plantio, cuidando-se para não danificar o torrão que envolve a muda. A posição da muda na cova deve ser tal que permaneça à mesma profundidade em que estava no viveiro, ou seja, o preenchimento da cova deve levar em conta que o colo da muda permaneça no nível do solo e deve ser feito de forma que as bordas fiquem mais elevadas, formando uma bacia de captação de água. Não é recomendável o plantio dentro de manilha de concreto ou quaisquer tipos de obstáculos que restrinjam o espaço de crescimento das raízes, pois o seu uso deforma o sistema radicular da árvore, podendo ocasionar consequências como a queda do exemplar por falta de sustentação quando este atingir a idade adulta. O objetivo do uso de manilhas é proteger a calçada das raízes, o que não é necessário quando se garante um canteiro adequado assim como uma boa seleção de espécies. Para auxiliar na sustentação das mudas até o enraizamento da muda deverão ser afixados tutores (estacas de madeira ou bambu) com 2,5 a 3m de altura, ficando 1m enterrado no fundo da cova, ao lado do torrão sem prejudicá-lo. A extremidade inferior dos tutores deverá ser pontiaguda, para facilitar a fixação no solo. As mudas deverão ser fixadas ao tutor através de amarrios, cordas de borracha, sisal ou outro material que não danifique o tronco. O amarril deve ter a forma de um oito deitado e amarrado de preferência em duas alturas, uma próxima a primeira bifurcação e outra próxima a base do tronco. A figura abaixo ilustra as características adequadas para plantio.